quinta-feira, 22 de maio de 2014

Continental

É dia, continente!
Mais uma chance de olhar e ver
Mais um rio para tomar banho e brincar
Mais um recomeço para quem acordou


O dia fere o sono
Cavalga sobre os olhos um cavalo alado
No mar com as ondas os golfinhos dançam
Reverenciam a maravilhosa luz
Pedrinhas são atiradas a cada cinco minutos
A beira do cais, caminho de pegadas na areia

No continente é diferente
Se tem pressa, a gente é presa
Se está devagar, é pego de surpresa
-Corra! Gritam as vozes continentais.

Enquanto no profundo céu as aves voam
Os planetas fazem os seus movimentos precisos
E preciosas são as estrelas
Ainda mais preciosas as vidas dos seres continentais

Com a cabeça no depois
Choram o ontem
Não vivem o hoje, seres estranhos
Falta um gesto no asfalto de palavras

O continente pede socorro!

A chance voa solta pela janela do trem
A menina se joga no rio e aproveita a hora que o continente rejeitou
Mas o recomeço não desiste enquanto há vida e ar.

_____________________________________________________________________________

Continental é todo aquele que se conforma com a realidade da cidade, com as buzinas e retrovisores, aquele que acha que o trânsito é o fim do mundo, que está cansado e com pressa.

Continental tem jeito?

Recomeço manda avisar que sim, e diz que sente saudade de quando continental era criança e se deixava levar pela simplicidade da vida.


Nenhum comentário:

Postar um comentário