Hoje ela voltou pra casa sozinha, fez um novo caminho, um caminho conhecido... porém nunca descrito.
Ela tratou de observar tudo com seus olhos pequenos e atentos...
Na noite que vinha e trazia a lua querendo crescer e as estrelas bonitas do céu azul-marinho.
Pois bem, tinha vitrines em seu caminho, tinha pessoas conversando, tinha amizade, tinha encontros, tinha despedidas...
Tinha que olhar pros dois lados antes de atravessar a rua.
Tinha uma solidão muda na praça principal e uma luz amarela que ninguém mais viu.
Tinha um vento normal.
Tinha casas com luzes acesas, e tinha conversas bacanas acontecendo.
Tinha uma música que não saía da sua cabeça.
Tinha pensamentos e confissões pra si mesmo, promessas.
Tinha uma vaca desenhada na parede de uma casa - ela olhou e riu, balançou a cabeça.
Tinha seus passos e ela olhando para os próprios pés.
Tinha um perfume no ar.
Não teve ninguém passando por ela.
Tinha um samba rolando no bar.
Tinha uma menina aprendendo a andar de bicicleta - tinha outra brincando com o celular.
Tinha um cavalo parado.
Tinha cachorrinhos.
Tinha piadas de mãe pra filha.
Tinha que parar e deixar os carros passarem.
Tinha gente gentil que deixava ela passar antes.
Tinha entulhos atrapalhando o caminho dela.
Tinha ela olhando pra lua o tempo todo.
Tinha ela na sua rua - sozinha, como quase sempre.
Tinha uma alegria estranha dentro dela.
Tinha essas e outras coisas, na volta pra casa.
29 de setembro de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário